Daremos início com este post a uma série em que estudaremos as origens e aplicações do magnetismo. Esta série terá como base meu trabalho de conclusão de curso na Universidade de Brasília intitulado Sistemas Magnéticos com Memória: Uma Simulação Monte Carlo. Entretanto, aqui daremos um enfoque menos formal, de modo que nossas discussões sejam apropriadas, também, ao ensino médio.
Em grande medida, o aparato tecnológico do mundo moderno, esteja ele em termos de uso pessoal, científico ou médico, assenta-se na compreensão, manipulação e reprodução de fenômenos magnéticos.
Tais fenômenos são há muito conhecidos pelo homem; diz-se que a primeira observação do comportamento magnético da matéria se deu alguns séculos antes de Cristo, em Magnésia, cidade da antiga Lídia (hoje Turquia), região da Ásia Menor, (Gonçalves, 1993).
A primeira tentativa de explicação para o magnetismo fora dada por Tales de Mileto; para este os fenômenos magnéticos estavam associados a propriedades anímicas, isto é, a natureza é regida por almas ou espíritos e manifestam vontade semelhante à vontade humana (Japiassu, 1993 & Novak, 2008).
Uma primeira tentativa de explicação razoavelmente científica para o magnetismo surgiu em 1600 com o tratado De Magnete, embora este ainda não tenha conseguido abarcar com propriedade a dimensão do fenômeno per se.
Desde então se verificou muitos avanços na compreensão do magnetismo com suas características e propriedades. Entretanto, em sentido mais amplo, esta compreensão somente é alcançada no século XX com o advento da mecânica quântica. Vale ressaltar, porém, que a física quântica formulou seu arcabouço magneto-teórico a partir dos trabalhos de Weiss, Curie e outros, ainda que estes estejam em abordagens clássicas (Novak, 2008).
É interessante notar que a primeira teoria moderna para o magnetismo – proposta por Weiss – já trazia em seu bojo elementos quânticos mesmo a revelia de seu criador; Weiss propôs a explicação do magnetismo na matéria condensada a partir da teoria do campo molecular.
Capitão Kirk, explicaremos aos nossos navegantes a teoria do campo molecular em nosso próximo post, até lá, vinda longa e próspera!!!
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